segunda-feira, 9 de novembro de 2015

PRECONCEITO? QUEM TEM?




Uma situação triste acontece quando alguém acredita estar na posição irrefletida de julgar, criticar, culpar e chegar ao extremo de sentir-se no direito de castigar o outro. Não há desculpas para este ato prepotente e desequilibrado, e quando ele está baseado no preconceito, seja lá do que for, mostra apenas a ignorância daquele que transita neste mundo obscuro e caótico, resultado de uma mente que perverte conceitos e valores morais e éticos.
A palavra pre+conceito por si só já define a sua função diante de determinadas situações, ou seja, definir uma ideia como verdadeira sem ter conhecimento para tanto. No dicionário encontramos uma longa e lúcida definição, resumindo:
·       Conceito ou opinião formado antes de ter os conhecimentos adequados.  
·       Opinião ou sentimento desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de experiência ou razão. 
·       Superstição que obriga a certos atos ou impede que eles se pratiquem.
·       Sociologia: Atitude emocionalmente condicionada, baseada em crença, opinião ou generalização, determinando simpatia ou antipatia para com indivíduos ou grupos. 
·       Preconceito de classe: atitudes discriminatórias incondicionadas contra pessoas de outra classe social. 
·       preconceito racial: manifestação hostil ou desprezo contra indivíduos ou povos de outras raças. 
·       Preconceito religioso: intolerância manifesta contra indivíduos ou grupos que seguem outras religiões.
Ou seja, nada racional, nada pensado e nem refletido, apenas a manifestação sem lógica de uma ideia que não foi abalizada sobre fatos reais, apenas o entendimento, ou falta dele, sobre um assunto que se recusou a passar pela inteligência em formação daquele que emitiu seu parecer acreditando ser o dono da vontade alheia.
Todo indivíduo que passa por um processo condicionador elimina de sua mente a capacidade de pensar e formar opinião própria. Num triste processo social de condicionamento dentro de ideias emitidas por determinados grupos e reforçados de tempos em tempos por grupos afins, acaba por serem disseminadas inverdades que conflitam com a liberdade de escolha, por exemplo, de grupos denominados na atualidade de minorias.
O termo “minorias” é usado de forma genérica para fazer referência a grupos sociais específicos que são entendidos como integrantes de uma menor parte da população, diferenciados por suas características étnicas, religiosas, cor de pele, país de origem, situação econômica, limitações físicas ou mentais, etc... Se discutirmos este etc., teremos mais uma longa e triste relação de comportamentos descabidos de alguns para com esses desafortunados sociais.
Pensando no assunto, a definição “minoria” já é uma forma de preconceito, pois o direito de cidadão, do ser humano não deve restringi-lo a quantidade de indivíduos que vivem histórias semelhantes, em minha opinião ainda tão desprovida de entendimento, a segregação social só acontece porque existem grupos de pessoas radicalizadas por ideias formadas a partir de seus próprios temores e ignorância.
E esse grupo na realidade é o foco de meu preconceito a respeito de uma situação da qual o meu entendimento é bastante precário, não consigo visualizar uma situação na qual um ser pretensamente humano maltrata outro porque ele não satisfaz as suas expectativas, sejam elas de qualquer forma.
Esta semana tivemos vários casos tornados públicos, porque o alvo dessas atitudes ignorantes foram pessoas famosas por suas carreiras, pessoas públicas, que sabem que possuem direitos e deveres como cidadãos, mas... e no dia a dia? Na movimentação normal da vida, quando o preconceito é velado por atitudes justificadas pelo próprio contesto social, vocês querem um exemplo?
Observem a si mesmo nesta movimentação considerada normal, quando você atravessa a rua, mudando de calçada simplesmente porque “achou” que a pessoa que vem ao seu encontro é um meliante, por quê? A cor da pele, a maneira como anda, as vestimentas, os óculos, porque está cantando alto... etc... etc... etc...?
Observando imagens de noticiários que falam sobre estes discutidos casos de preconceito, observei consternada que a fisionomia dessas pessoas transmitia raiva, ódio, ferocidade; expressão triste de desequilíbrio insano diante daquilo que nem mesmo sabe o que é; para num momento seguinte, filmado pelas câmeras de veículos de comunicação, esconderem-se entre os braços de alguém e cobrir a face num casaco mal colocado, demonstrando covardia e irreflexão sobre o próprio ato. Percebe-se que o descaso a respeito do outro, sobre os direitos do outro, nem ao menos passou por um momento de conflito interior, mas houve uma permissão hedionda de ferir e humilhar, sem motivo aparente, acreditando que as consequências não viriam bater a sua porta.
Enquanto houver julgamento nosso para com o outro sem razão, sem movimentação de nosso princípio inteligente haverá ofensas traumáticas contra aquele que não entendemos, não haverá a tão aclamada evolução de nosso mundão de Deus, porque estaremos sempre em busca de desculpas esfarrapadas como nossa própria mente.
Livrar-se da dor é também livrar-se do ranço que acaba por nos limitar a felicidade tão sonhada.
Libertar-se de jugos leves ou pesados e desfazer-se do velho e antigo pensar e buscar instrução, conhecimento, num constante processo de educação de si mesmo, é fácil?
E o que é fácil para seres ainda egoístas? Mas... possível... sempre!

"O desenvolvimento humano só existirá se a sociedade civil afirmar cinco pontos fundamentais: igualdade, diversidade, participação, solidariedade e liberdade."  Betinho


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